terça-feira, 28 de outubro de 2014

Análise da Final

ALEMANHA É CAMPEÃ DO MUNDO



Indiscutível. Assim podemos retratar o título da Seleção Alemã na Copa do Mundo de 2014. Aquela que iniciou a competição como a grande favorita, confirmou as expectativas e conquistou o tetracampeonato mundial.

A Alemanha desfilou classe, qualidade técnica e consistência tática nessa Copa. Com esses ingredientes, Joachim Löw construiu - ao longo de 10 anos, é bom lembrar - uma equipe coesa, que consegue ser uniforme e brilhante ao mesmo tempo. É até um pouco difícil apontar grandes destaques em um elenco tão homogêneo, nivelado por cima. A força e a qualidade do grupo prevaleceu sobre brilhantismos individuais. Não atoa, a jogada do gol do título foi construída por dois "reservas" da campeã.

O jogo em bloco, a solidariedade, a objetividade e a extrema obediência tática são características desse time e que devem ser seguidas pelos grandes clubes e seleções do mundo a partir de agora. Essa é a principal tendência deixada pela campeã mundial.

A Seleção Alemã fez uma campanha regular. Teve dificuldades em alguns jogos, sobretudo contra seleções africanas como Gana e Argélia, que com força física e muita disposição tática conseguiram anular os efeitos fatais do jogo em bloco alemão. Quem ousou atacar a Alemanha se arrependeu, que o diga Brasil e Portugal. A França e a Argentina usaram táticas moderadas, mais voltadas ao sistema defensivo. Também não funcionou. A Alemanha mostrou capacidade de adaptação e superação e conseguiu romper todos os esquemas montados contra ela. Campeã invicta.

Já a Argentina não teve o mesmo brilho. Com um time repleto de estrelas, não conseguiu se impôr em nenhum de seus jogos. Nem quis. Preferiu ser burocrática e não correr riscos. A estratégia funcionou, chegou à final e quase levou o caneco. Todavia, o bom futebol venceu. O bom futebol sempre tem que vencer. Além do mais, ver a Argentina campeã da Copa na nossa casa seria o pesadelo no final do sonho bom.

O jogo não foi grande espetáculo, mas as duas seleções tiveram oportunidades de marcar. A Seleção Argentina apostou, mais uma vez, nas saídas em velocidade, aproveitando contra-ataques. A Seleção Alemã buscou dominar o meio de campo valorizando a posse de bola. 

Em uma falha não habitual da defesa alemã, Higuaín marcou, mas foi flagrado em posição irregular. Pelo lado alemão, Höwedes acertou a trave. Kroos e Messi também quase inauguraram o marcador, mas faltou um pouco de capricho e sorte a ambos. O jogo foi para a prorrogação.

No tempo extra, as duas equipes vieram mais cautelosas. Qualquer erro poderia custar a Copa. Palacio quase colocou a Argentina a frente, ao errar uma finalização cara a cara com Neuer. Schürrle também tentou, mas parou em Romero.

Aos 113 minutos de jogo, Schürrle encontrou Götze na área, o promissor alemão dominou no peito e finalizou com extrema categoria para dar o quarto título mundial à Alemanha, que, assim como Brasil e Itália, foi tetracampeã 24 anos após o terceiro título. Coisas do futebol, coisas da Copa do Mundo...

Festa alemã no Maracanã. O time que encantou o Brasil e o mundo dentro e fora das quatro linhas ergue o troféu mais desejado do esporte mais popular do planeta.

E assim finda-se a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Copa das Copas. O sonho se tornou real, embora com um final amargo para a Seleção Brasileira. Mas o Brasil ganhou a Copa das Copas. Não a Seleção, mas o País. Provamos ser capazes de realizar um megaevento dessa magnitude. Não pelo Governo (in)competente que temos, mas pela grandeza de seu povo, pela beleza de sua terra. Mostramos ao mundo a nossa cara. Valeu a festa, valeu o espetáculo. Valeu Brasil, valeu Alemanha, valeu hermanos chatos e todos os demais turistas que nos visitaram. Valeu povo brasileiro, acolhedor, solidário, gaiato e piadista. Essa Copa do Mundo foi inesquecível. Para mim e para grande parte daqueles que a viveram intensamente.


#CopadoMundo2014

#COPADASCOPAS

Análise da Disputa do 3º Lugar



A disputa da 3ª colocação na Copa do Mundo de 2014 foi o jogo mais melancólico que eu já assisti da Seleção Brasileira. Não havia festa, nem qualquer manifestação de empolgação. A cada gol holandês, um flash do jogo anterior e reflexões infinitas sobre o que aconteceu com a pentacampeã mundial.

Se a goleada sofrida para a Alemanha já havia deixado nítidas a falta de padrão tático e de experiência do elenco canarinho, a derrota para a Holanda apenas confirmou. O que se viu, mais uma vez, foi um time sem vibração e perdido em campo. Comportamento comum de quem não sabe o que fazer. Prova de que Felipão e sua comissão técnica falhou dentro e fora das quatro linhas.

A Seleção Holandesa aproveitou um time fragilizado técnica, psicológica e emocionalmente e encaçapou três gols fáceis, de treino. Jogou como quem não tem nada a perder - diferentemente dos últimos confrontos - e conseguiu impôr seu ritmo e sua potência ofensiva.

Para o Brasil ficou a corroboração daquilo que dantes fora revelado no dia 8 de julho. Assim, nos despedimos da tão sonhada Copa em casa.


#CopadoMundo2014

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Análise das Semis


Definitivamente, a Copa do Mundo de 2014 é a Copa das Copas.

Se você, como eu, gosta de presenciar uma boa história, então devemos estar satisfeitos. Uma Copa inesquecível passa diante de nossos olhos.

Se você, como eu, acredita que a dor da derrota é uma das partes mais belas do esporte, então devemos estar consolados. Presenciamos a derrota mais marcante dos 100 anos de Seleção Brasileira.

Consolados, sim. Conformados, não!

Derrota marcante, sim. Dolorida, não!

Não deu tempo de sentir a dor de perder a segunda oportunidade de conquistar uma Copa em casa. Não deu tempo de sentir raiva. Não deu tempo de ter reação alguma. Foi assim, morte súbita. Daquelas que o sujeito só sabe que morreu quando se vê diante do julgamento final.

Claro, farei outros posts comentando a derrota da Seleção. Mas, vamos ao que interessa a este post: as semi-finais.

A Alemanha, feito cobra peçonhenta, pegou de jeito a presa que estava feito criança inocente brincando pela selva. Ficou explícita toda a incompetência da comissão técnica brasileira. Menosprezou a melhor seleção do mundo e... 7x1.

O time alemão - friamente calculado - jogando em bloco anulou a Seleção. O Brasil, sabendo da característica de jogo do rival, em vez de fechar o meio de campo, preferiu lançar o levíssimo Bernard nas costas dos laterais alemães. Triste decisão. Ficou evidente toda a fragilidade da Seleção Brasileira. Junto com Neymar, o padrão tático do time foi embora. Mais pareciam onze desconhecidos tentando jogar bola depois do churrasco da comunidade. O Brasil, no seu maior desafio até aqui, tinha de ter consertado seu principal defeito: a distância entre as linhas de defesa, meio e ataque; só assim poderia fazer valer os 10% de chance que tinha de vencer. Mas o que vimos, mais uma vez, foi um time espaçado. Por diversas vezes durante o jogo foi possível notar cinco alemães (sempre em bloco) atacando e três brasileiros defendendo. 7 foi pouco. Uma aula tática colossal.

O que sobrou em Belo Horizonte, faltou em São Paulo. Um 0x0 entre duas equipes covardes marcou o outro lado da chave. Argentina, mesmo com toda sua potência ofensiva, decidiu jogar a Copa como time pequeno e como time pequeno chega até a final. Se arrastando pra vencer jogos, abrindo mão de atacar e jogar bonito, mas ganhando. A Holanda, que apareceu no início da competição como um time ousado e pra frente, agora recua. Depois do susto contra o México, já é o segundo jogo medroso do time de Van Gaal. Temeu demais a Argentina, se rebaixou e, dessa vez, não pôde contar com a sorte. Melhor para os hermanos, que enfrentarão a Alemanha na final.

Não teremos a oportunidade de voltar ao Maracanã após 64 anos. Teremos uma melancólica despedida em Brasília. Não sei como consegui escrever este post, mas não posso me abater tanto. Uma Copa histórica passa diante dos meus olhos. O sonho do hexa acabou, mas o sonho de ver uma Copa do Mundo no meu País ainda está de pé e o capítulo principal dessa história se aproxima.

Que venha a final!

#CopadoMundo2014

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Análise das Quartas

Nos pênaltis, arma secreta põe Holanda na semifinal


As quartas de final da Copa do Mundo 2014, mais uma vez, nos presenteou com belos jogos.

A surpresa Costa Rica caiu de cabeça em pé. Nem mesmo o maior contador de histórias do País latino ousaria escrever tal enredo. No capítulo final desse belo "conto verídico" o time dos ticos mostrou que não chegou entre as oito melhores seleções do mundo atoa. Muito organizado, mais uma vez, conseguiu neutralizar o potente ataque holandês e não raramente conseguiu levar perigo ao gol de Cillessen. Na defesa, contou com uma zaga consistente, um goleiro intransponível e muita sorte. Já a Holanda, vacinada contra o "fenômeno Costa Rica", se jogou com muita cautela e não conseguiu se impôr como dantes. Resultado: pênaltis. Mais um capítulo histórico e inédito foi escrito nesse jogo; nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, Van Gaal tirou da cartola uma substituição de goleiros; lançou Krul para a disputa das penalidades e ele não decepcionou, defendeu duas cobranças e deu a classificação à Laranja.

O Brasil - finalmente - fez seu melhor jogo. Pressionando a saída de bola; intensidade ofensiva; coesão no meio de campo... parecia aquele time que chegou e saiu atropelando na Copa das Confederações. Vencemos o time que vinha apresentando o melhor futebol até aqui. O golaço de David Luiz selou a passagem da Seleção às semis, mais um passo dado rumo ao tão sonhado Hexa e ao mais sonhado ainda título dentro de casa. A Colômbia parecia um time de meninos diante do desempenho brasileiro, que não deu chance alguma à James, Cuadrado e companhia desfilarem seu futebol. Mas bateram como gente grande, que o diga Zuñiga com uma entrada COVARDE em Neymar, que pode tê-lo tirado da Copa. Apesar desse fato lamentável, a seleção colombiana passou com honra pela Copa do Mundo 2014, digna de nota. Essa geração pode fazer os cafeteros alçarem voos inéditos no futebol.

O jogo mais esperado pelo mundo nessa fase era Alemanha x França. O jogo não refletiu - em termos de emoção - toda a qualidade técnica de ambas as equipes. Entretanto, a Alemanha soube se portar em campo, com a consciência e frieza que são características. Em um lance - gol de cabeça de Hummels - decidiram o jogo e passaram a controlá-lo. Apesar de jogar sob o domínio alemão, o time francês teve boas oportunidades de chegar ao empate. O goleiro Neuer mostrou tudo o que sabe e faltou sorte à Benzema, Valbuena e Varane. A França, todavia, sai dessa Copa com a cabeça muito mais erguida do que entrou. Mesmo sem o seu principal jogador - Ribéry - teve uma excelente campanha, apresentando um futebol bonito e envolvente. Destaque para o ótimo desempenho de Benzema na competição.

A decepção da rodada ficou por conta, mais uma vez, da seleção argentina. Em mais um jogo chato e pouco inspirado de Lionel Messi e companhia, os hermanos se classificaram, com gol de Higuaín. A Bélgica, ótima equipe, mas que também não tem empolgado, chegou perto, mas não conseguiu empatar. Sai dessa Copa com a certeza de que tem uma seleção de qualidade, que pode crescer muito ainda. Já a Argentina chega à semi-final se arrastando, resultado a resultado. Contra a Holanda terá seu jogo mais desafiador.

E que venham as semis! Com jogos, esperamos, no nível dessa sensacional Copa do Mundo que já está na história.


#CopadoMundo2014