terça-feira, 28 de outubro de 2014

Análise da Final

ALEMANHA É CAMPEÃ DO MUNDO



Indiscutível. Assim podemos retratar o título da Seleção Alemã na Copa do Mundo de 2014. Aquela que iniciou a competição como a grande favorita, confirmou as expectativas e conquistou o tetracampeonato mundial.

A Alemanha desfilou classe, qualidade técnica e consistência tática nessa Copa. Com esses ingredientes, Joachim Löw construiu - ao longo de 10 anos, é bom lembrar - uma equipe coesa, que consegue ser uniforme e brilhante ao mesmo tempo. É até um pouco difícil apontar grandes destaques em um elenco tão homogêneo, nivelado por cima. A força e a qualidade do grupo prevaleceu sobre brilhantismos individuais. Não atoa, a jogada do gol do título foi construída por dois "reservas" da campeã.

O jogo em bloco, a solidariedade, a objetividade e a extrema obediência tática são características desse time e que devem ser seguidas pelos grandes clubes e seleções do mundo a partir de agora. Essa é a principal tendência deixada pela campeã mundial.

A Seleção Alemã fez uma campanha regular. Teve dificuldades em alguns jogos, sobretudo contra seleções africanas como Gana e Argélia, que com força física e muita disposição tática conseguiram anular os efeitos fatais do jogo em bloco alemão. Quem ousou atacar a Alemanha se arrependeu, que o diga Brasil e Portugal. A França e a Argentina usaram táticas moderadas, mais voltadas ao sistema defensivo. Também não funcionou. A Alemanha mostrou capacidade de adaptação e superação e conseguiu romper todos os esquemas montados contra ela. Campeã invicta.

Já a Argentina não teve o mesmo brilho. Com um time repleto de estrelas, não conseguiu se impôr em nenhum de seus jogos. Nem quis. Preferiu ser burocrática e não correr riscos. A estratégia funcionou, chegou à final e quase levou o caneco. Todavia, o bom futebol venceu. O bom futebol sempre tem que vencer. Além do mais, ver a Argentina campeã da Copa na nossa casa seria o pesadelo no final do sonho bom.

O jogo não foi grande espetáculo, mas as duas seleções tiveram oportunidades de marcar. A Seleção Argentina apostou, mais uma vez, nas saídas em velocidade, aproveitando contra-ataques. A Seleção Alemã buscou dominar o meio de campo valorizando a posse de bola. 

Em uma falha não habitual da defesa alemã, Higuaín marcou, mas foi flagrado em posição irregular. Pelo lado alemão, Höwedes acertou a trave. Kroos e Messi também quase inauguraram o marcador, mas faltou um pouco de capricho e sorte a ambos. O jogo foi para a prorrogação.

No tempo extra, as duas equipes vieram mais cautelosas. Qualquer erro poderia custar a Copa. Palacio quase colocou a Argentina a frente, ao errar uma finalização cara a cara com Neuer. Schürrle também tentou, mas parou em Romero.

Aos 113 minutos de jogo, Schürrle encontrou Götze na área, o promissor alemão dominou no peito e finalizou com extrema categoria para dar o quarto título mundial à Alemanha, que, assim como Brasil e Itália, foi tetracampeã 24 anos após o terceiro título. Coisas do futebol, coisas da Copa do Mundo...

Festa alemã no Maracanã. O time que encantou o Brasil e o mundo dentro e fora das quatro linhas ergue o troféu mais desejado do esporte mais popular do planeta.

E assim finda-se a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Copa das Copas. O sonho se tornou real, embora com um final amargo para a Seleção Brasileira. Mas o Brasil ganhou a Copa das Copas. Não a Seleção, mas o País. Provamos ser capazes de realizar um megaevento dessa magnitude. Não pelo Governo (in)competente que temos, mas pela grandeza de seu povo, pela beleza de sua terra. Mostramos ao mundo a nossa cara. Valeu a festa, valeu o espetáculo. Valeu Brasil, valeu Alemanha, valeu hermanos chatos e todos os demais turistas que nos visitaram. Valeu povo brasileiro, acolhedor, solidário, gaiato e piadista. Essa Copa do Mundo foi inesquecível. Para mim e para grande parte daqueles que a viveram intensamente.


#CopadoMundo2014

#COPADASCOPAS

Análise da Disputa do 3º Lugar



A disputa da 3ª colocação na Copa do Mundo de 2014 foi o jogo mais melancólico que eu já assisti da Seleção Brasileira. Não havia festa, nem qualquer manifestação de empolgação. A cada gol holandês, um flash do jogo anterior e reflexões infinitas sobre o que aconteceu com a pentacampeã mundial.

Se a goleada sofrida para a Alemanha já havia deixado nítidas a falta de padrão tático e de experiência do elenco canarinho, a derrota para a Holanda apenas confirmou. O que se viu, mais uma vez, foi um time sem vibração e perdido em campo. Comportamento comum de quem não sabe o que fazer. Prova de que Felipão e sua comissão técnica falhou dentro e fora das quatro linhas.

A Seleção Holandesa aproveitou um time fragilizado técnica, psicológica e emocionalmente e encaçapou três gols fáceis, de treino. Jogou como quem não tem nada a perder - diferentemente dos últimos confrontos - e conseguiu impôr seu ritmo e sua potência ofensiva.

Para o Brasil ficou a corroboração daquilo que dantes fora revelado no dia 8 de julho. Assim, nos despedimos da tão sonhada Copa em casa.


#CopadoMundo2014

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Análise das Semis


Definitivamente, a Copa do Mundo de 2014 é a Copa das Copas.

Se você, como eu, gosta de presenciar uma boa história, então devemos estar satisfeitos. Uma Copa inesquecível passa diante de nossos olhos.

Se você, como eu, acredita que a dor da derrota é uma das partes mais belas do esporte, então devemos estar consolados. Presenciamos a derrota mais marcante dos 100 anos de Seleção Brasileira.

Consolados, sim. Conformados, não!

Derrota marcante, sim. Dolorida, não!

Não deu tempo de sentir a dor de perder a segunda oportunidade de conquistar uma Copa em casa. Não deu tempo de sentir raiva. Não deu tempo de ter reação alguma. Foi assim, morte súbita. Daquelas que o sujeito só sabe que morreu quando se vê diante do julgamento final.

Claro, farei outros posts comentando a derrota da Seleção. Mas, vamos ao que interessa a este post: as semi-finais.

A Alemanha, feito cobra peçonhenta, pegou de jeito a presa que estava feito criança inocente brincando pela selva. Ficou explícita toda a incompetência da comissão técnica brasileira. Menosprezou a melhor seleção do mundo e... 7x1.

O time alemão - friamente calculado - jogando em bloco anulou a Seleção. O Brasil, sabendo da característica de jogo do rival, em vez de fechar o meio de campo, preferiu lançar o levíssimo Bernard nas costas dos laterais alemães. Triste decisão. Ficou evidente toda a fragilidade da Seleção Brasileira. Junto com Neymar, o padrão tático do time foi embora. Mais pareciam onze desconhecidos tentando jogar bola depois do churrasco da comunidade. O Brasil, no seu maior desafio até aqui, tinha de ter consertado seu principal defeito: a distância entre as linhas de defesa, meio e ataque; só assim poderia fazer valer os 10% de chance que tinha de vencer. Mas o que vimos, mais uma vez, foi um time espaçado. Por diversas vezes durante o jogo foi possível notar cinco alemães (sempre em bloco) atacando e três brasileiros defendendo. 7 foi pouco. Uma aula tática colossal.

O que sobrou em Belo Horizonte, faltou em São Paulo. Um 0x0 entre duas equipes covardes marcou o outro lado da chave. Argentina, mesmo com toda sua potência ofensiva, decidiu jogar a Copa como time pequeno e como time pequeno chega até a final. Se arrastando pra vencer jogos, abrindo mão de atacar e jogar bonito, mas ganhando. A Holanda, que apareceu no início da competição como um time ousado e pra frente, agora recua. Depois do susto contra o México, já é o segundo jogo medroso do time de Van Gaal. Temeu demais a Argentina, se rebaixou e, dessa vez, não pôde contar com a sorte. Melhor para os hermanos, que enfrentarão a Alemanha na final.

Não teremos a oportunidade de voltar ao Maracanã após 64 anos. Teremos uma melancólica despedida em Brasília. Não sei como consegui escrever este post, mas não posso me abater tanto. Uma Copa histórica passa diante dos meus olhos. O sonho do hexa acabou, mas o sonho de ver uma Copa do Mundo no meu País ainda está de pé e o capítulo principal dessa história se aproxima.

Que venha a final!

#CopadoMundo2014

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Análise das Quartas

Nos pênaltis, arma secreta põe Holanda na semifinal


As quartas de final da Copa do Mundo 2014, mais uma vez, nos presenteou com belos jogos.

A surpresa Costa Rica caiu de cabeça em pé. Nem mesmo o maior contador de histórias do País latino ousaria escrever tal enredo. No capítulo final desse belo "conto verídico" o time dos ticos mostrou que não chegou entre as oito melhores seleções do mundo atoa. Muito organizado, mais uma vez, conseguiu neutralizar o potente ataque holandês e não raramente conseguiu levar perigo ao gol de Cillessen. Na defesa, contou com uma zaga consistente, um goleiro intransponível e muita sorte. Já a Holanda, vacinada contra o "fenômeno Costa Rica", se jogou com muita cautela e não conseguiu se impôr como dantes. Resultado: pênaltis. Mais um capítulo histórico e inédito foi escrito nesse jogo; nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, Van Gaal tirou da cartola uma substituição de goleiros; lançou Krul para a disputa das penalidades e ele não decepcionou, defendeu duas cobranças e deu a classificação à Laranja.

O Brasil - finalmente - fez seu melhor jogo. Pressionando a saída de bola; intensidade ofensiva; coesão no meio de campo... parecia aquele time que chegou e saiu atropelando na Copa das Confederações. Vencemos o time que vinha apresentando o melhor futebol até aqui. O golaço de David Luiz selou a passagem da Seleção às semis, mais um passo dado rumo ao tão sonhado Hexa e ao mais sonhado ainda título dentro de casa. A Colômbia parecia um time de meninos diante do desempenho brasileiro, que não deu chance alguma à James, Cuadrado e companhia desfilarem seu futebol. Mas bateram como gente grande, que o diga Zuñiga com uma entrada COVARDE em Neymar, que pode tê-lo tirado da Copa. Apesar desse fato lamentável, a seleção colombiana passou com honra pela Copa do Mundo 2014, digna de nota. Essa geração pode fazer os cafeteros alçarem voos inéditos no futebol.

O jogo mais esperado pelo mundo nessa fase era Alemanha x França. O jogo não refletiu - em termos de emoção - toda a qualidade técnica de ambas as equipes. Entretanto, a Alemanha soube se portar em campo, com a consciência e frieza que são características. Em um lance - gol de cabeça de Hummels - decidiram o jogo e passaram a controlá-lo. Apesar de jogar sob o domínio alemão, o time francês teve boas oportunidades de chegar ao empate. O goleiro Neuer mostrou tudo o que sabe e faltou sorte à Benzema, Valbuena e Varane. A França, todavia, sai dessa Copa com a cabeça muito mais erguida do que entrou. Mesmo sem o seu principal jogador - Ribéry - teve uma excelente campanha, apresentando um futebol bonito e envolvente. Destaque para o ótimo desempenho de Benzema na competição.

A decepção da rodada ficou por conta, mais uma vez, da seleção argentina. Em mais um jogo chato e pouco inspirado de Lionel Messi e companhia, os hermanos se classificaram, com gol de Higuaín. A Bélgica, ótima equipe, mas que também não tem empolgado, chegou perto, mas não conseguiu empatar. Sai dessa Copa com a certeza de que tem uma seleção de qualidade, que pode crescer muito ainda. Já a Argentina chega à semi-final se arrastando, resultado a resultado. Contra a Holanda terá seu jogo mais desafiador.

E que venham as semis! Com jogos, esperamos, no nível dessa sensacional Copa do Mundo que já está na história.


#CopadoMundo2014

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Análise das Oitavas



A Copa do Mundo de 2014 se firmou de vez como uma edição especial. As peculiaridades que eu citei na primeira fase continuaram aparecendo nas Oitavas de Final. Pela primeira vez nesta fase, 5 dos 8 jogos foram decididos na prorrogação - e aqueles que não foram também sobejaram emoção. Outro fato inédito foi que todos os times que se classificaram em primeiro lugar em seus grupos avançaram às Quartas.

Os jogos das Oitavas, definitivamente, mostraram que a partir de agora, cada vez mais (somos um só?), acabou essa história de "favoritismo". Foi de encher os olhos o futebol mostrado pelas africanas Nigéria e Argélia, que, com muito volume de jogo, quase eliminaram equipes campeãs mundiais.
O México - pobre México - não consegue sair da velha sina de jogar como nunca e perder como sempre (e nas oitavas, de novo...). Mas também é uma Seleção que merece menção honrosa. Lutou muito, aplicou todo o seu futebol, mas ainda não foi o suficiente. Falta bola, falta sorte, sempre falta alguma coisa para o México.
Honrosa também foi a campanha chilena, tanto é que chegaram em Santiago como se estivessem chegando com a taça. O Chile sai de cabeça erguida após quase eliminarem o anfitrião da Copa, que é só pentacampeão do mundo. Jogaram de igual para igual e provaram que são um time do primeiro escalão mundial.
A seleção dos Estados Unidos também encheu de orgulho a sua nação - algo raro no país norte-americano. Essa seleção já entrou na história como o time que conseguiu cativar a torcida, fazendo com que ela vibrasse com algo além dos tradicionais Football, Baseball e Basketball. O Soccer bateu recordes de audiência e despertou uma nova paixão no país. O time é muito bem organizado e mostrou mais qualidade técnica do que de costume. É uma seleção que pode crescer ainda mais nos próximos anos, principalmente se Klinsmann continuar no comando.
A Grécia sai da Copa com um título: a seleção mais guerreira do Mundial. Muito limitada tecnicamente, chegou às Oitavas (e quase às Quartas) com algumas doses de sorte. Mas ninguém pode falar que não foi merecido. Não houve adversidade que fez esse time desistir. Mesmo quando tudo parecia perdido, honraram um dos personagens mais marcantes de sua mitologia - Fênix - e ressurgiram das cinzas por diversas vezes.
A Suiça veio com um time entrosado, de alguns bons valores, que almejava entrar no hall das grandes seleções. Faltou um pouco de fôlego. A defesa, tradicionalmente segura e pouco vazada, não foi a mesma de edições anteriores. O ataque correspondeu às expectativas, mas no jogo das Oitavas não mostrou a mesma eficiência e saiu da Copa com a sensação de que poderia ter ido mais longe.
Se é que houve decepção, ficou por conta da Celeste Olímpica. Chegou com alguns problemas extra-campo, como a forma de Forlán e Lugano, além da suspensão de sua principal força, Luis Suárez. Todavia, o Uruguai era um time do qual se esperava mais. Contudo, ter sobrevivido ao (mequetrefe) "grupo da morte", já foi uma feito honroso.

Das seleções que permanecem vivas na competição, a Colômbia é a única que tem destoado das demais. É, até agora, a melhor seleção do Mundial. Vem jogando um futebol vistoso, de muita técnica - lembra, de longe, os tempos áureos da Seleção Brasileira (pelo menos na proposta de jogo). Acredito que o jogo contra o Brasil será absolutamente franco, com propostas similares. Vencerá o melhor - ou aquele em que um jogador inspirado decidir.
A França também vem mostrando muita força, com um time de muita qualidade técnica. Deschamps conseguiu implementar uma mistura harmônica de habilidade, velocidade, poder de finalização e força física. É um time que chega muito bem ao ataque, com volantes participativos e meias de muita movimentação. Ainda tem um tal de Benzema, que tem se mostrado fatal. A seleção alemã, muito organizada e abastada em todos os pré-requisitos de uma favorita, tem decepcionado. Só fez um jogo digno das expectativas sobre ela impostas: a estreia contra Portugal. França e Alemanha terão de jogar tudo o que sabem. O time alemão é melhor, mas o time francês está jogando mais.
Falando em time com muita expectativa e pouca bola por enquanto... Brasil e Argentina não têm jogado nem metade do que deles se espera. No caso da Seleção Brasileira, falta criatividade e volume de jogo no meio-de-campo. A impressão que tenho é que o Brasil tem apenas dois setores: a zaga e o ataque. A bola viaja de uma extremidade à outra sem ser cadenciada. Paulinho, em péssima fase, e Oscar, com acumulo de funções, têm deixado a desejar na organização ofensiva da equipe. No time dos Hermanos, fica nítida a desorganização tática e a falta de cadência no toque de bola. Messi - sem função tática - não organiza o jogo e nem marca, está ali apenas para, em lampejos de genialidade, decidir. Dí Maria é o faz-tudo do time, é quem alimenta o setor ofensivo, com muita competência, diga-se de passagem. Aguero e Higuaín dependem da criatividade dele, o problema é que ele não é um armador, é um ponta habilidoso que também necessita de alguém para armá-lo. A defesa, por sua vez, é tenebrosa. Quando enfrentar um time com ousadia suficiente para atacá-la, dificilmente resistirá. E essa hora está chegando, acredito que a Bélgica seja esse time. A Argentina terá sua primeira prova de fogo. Se já titubeou em tarefas mais fáceis, terá de jogar muito mais do que tem jogado para avançar à Semi. A seleção belga não está exibido toda a qualidade técnica esperada, mas tem esbanjado eficiência. Um time muito equilibrado taticamente e que conta com jogadores de habilidade e decisivos. No duelo contra a Argentina, se permanecer com a defesa sólida e os contra-ataques rápidos, tem total condição de vencer.
A Holanda é um time que não dita o ritmo do jogo, deixa sempre que o oponente o faça. Opta por sair nos contra-ataques, jogar no erro do adversário. Não é uma característica tradicional do futebol holandês, todavia tem se mostrado fatal dessa forma, com coesão defensiva e muita velocidade no setor ofensivo. A Costa Rica terá de estar no dia mais inspirado da vida de seus 11 atletas se almeja chegar à Semi. A proposta, provavelmente, será a posse de bola, também esperando o erro holandês, mas será incentivada a atacar. Atacando, terá de errar muito pouco para não cair nas armadilhas laranjas. Acredito que sucumbirá.

Não, nada de palpites desta vez. Que venham as Quartas de Final! Que nos presenteie com muitas emoções e histórias, jogos, lances que ficarão eternizados na história das Copas! Essa é a Copa das Copas.


#CopadoMundo2014

terça-feira, 1 de julho de 2014

Análise da Primeira Fase


Quantas emoções essa primeira fase nos proporcionou... a Copa do Mundo de 2014 já é diariamente propagada como a melhor Copa de todos os tempos. Não pela organização e nem tão somente pelo desfile de grandes craques.
Essa Copa tem apresentado muitas peculiaridades. Tem se mostrado surpreendente, derrubando os "fortes" e elevando os "fracos". Nas arquibancadas, uma sinergia jamais vista. Nas ruas, uma festa inimaginável. A integração e confraternização dos povos - segundo eles mesmo - nunca foi tão forte quanto agora, nas cidades e ruas do nosso Brasil.
Dentro de campo, as principais estrelas da "Constelação Copa" têm correspondido às melhores expectativas. Os jogos, ricos em emoção, tem nos surpreendido e encantado, com alto número de gols, viradas e jogadas de beleza e raça. Algumas seleções decepcionaram, como o trio Espanha, Itália e Inglaterra. Esses três países possuem as três melhores ligas de futebol do mundo, jogadores muito valorizados, tradição e completa infraestrutura esportiva. Todavia, nada disso adiantou. Buffon, Pirlo, Casillas, Xavi, Gerrard e Lampard poderiam formar uma hipotética seleção de melhores jogadores do Século XXI, mas a Copa 2014 pode ter sido o último - e triste - capítulo da carreira destes atletas.
Por outro lado, algumas seleções tem desfilado um futebol magnífico, praticamente impecável, casos de França e Colômbia, os melhores times da primeira fase. Não, nunca vi campanha de primeira fase ganhar título, a Copa, para quem quer vencer, começa agora! A partir das Oitavas é prova de fogo. Agora é que vamos ver se a Holanda vai continuar envolvente e fatal como tem se apresentado. Agora é que vamos ver se seleções favoritas como Brasil, Argentina e Alemanha, são realmente fortes ou se têm mais fama do que futebol. Agora é que vamos ver se as zebras são só zebras ou leões disfarçados. Agora é que vamos ver quem é craque e quem é estrelinha. É AGORA. O oba-oba diminui, a tensão aumenta e os batimentos cardíacos acompanham. Se a primeira fase já nos reservou grandes emoções, que dirá a partir de agora.


Abaixo, um pequeno histórico da primeira fase. E, claro, os palpites para as Oitavas:

SELEÇÕES
GRATA SURPRESA: Costa Rica

GRANDE DECEPÇÃO: Espanha

MELHOR TIME: França

PIOR TIME: Camarões


JOGADORES
GRATA SURPRESA: James Rodríguez

GRANDE DECEPÇÃO: Iker Casillas

MELHOR JOGADOR: Neymar Jr.

PIOR JOGADOR: Diego Costa


JOGOS
GRATA SURPRESA: Coréia do Sul 2x4 Argélia

GRANDE DECEPÇÃO: Bélgica 1x0 Rússia

MELHOR JOGO: Austrália 2x3 Holanda

PIOR JOGO: Irã 0x0 Nigéria

MELHORES JOGADORES: Neymar Jr; Karim Benzema; Thomas Muller; Robben; James Rodríguez; Lionel Messi; Van Persie; Alexis Sánchez.



PALPITE PARA AS OITAVAS:

BRASIL 3x1 CHILE
COLÔMBIA 2X0 URUGUAI
FRANÇA 3X0 NIGÉRIA
ALEMANHA 4X1 ARGÉLIA
HOLANDA 2X1 MÉXICO
COSTA RICA 2X0 GRÉCIA
ARGENTINA 3X1 SUIÇA
BÉLGICA 2X1 ESTADOS UNIDOS

Análise das Seleções



Não podia ser diferente, graduando em Jornalismo e apaixonado por futebol, tinha de escrever aqui uma análise sobre cada Seleção que disputará a Copa e uma expectativa sobre cada uma e seus respectivos grupos.
Apesar de serem opiniões e pitacos bem estudados, não há analise - tática, física e nem matemática - capaz de prever com precisão o que acontecerá em uma Copa do Mundo. Vale lembrar que o futebol é uma velha "caixinha de surpresas" e que um dos prazeres deste esporte é justamente ser surpreendido. Então, que muitos jogos queimem a ponta dos meus dedos, que venha a Copa do Mundo do Brasil.


FAVORITAS: ALEMANHA, BRASIL, ARGENTINA e ESPANHA.

CORREM POR FORA: FRANÇA, URUGUAI e INGLATERRA.

PODEM SURPREENDER: COLÔMBIA, CHILE e BÉLGICA.

DEVEM DECEPCIONAR: ITÁLIA, PORTUGAL e HOLANDA.

COADJUVANTES: SUÍÇA, COSTA DO MARFIM, RÚSSIA, GANA, MÉXICO, NIGÉRIA, ARGÉLIA e CROÁCIA.

ESPECTADORES: JAPÃO, ESTADOS UNIDOS, COREIA DO SUL, EQUADOR e BÓSNIA-HERZEGOVINA.

SACOS DE PANCADA: CAMARÕES, COSTA RICA, AUSTRÁLIA, IRÃ, GRÉCIA e HONDURAS.


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BRASIL - Sempre favorito. Não importa a fase, nem quais são os jogadores. Entrou em campo o escrete amarelo-estrelado, é favorito. A Seleção chega forte, com uma geração nova de ótimos jogadores, como Neymar e Oscar. Mesmo o setor ofensivo contando com toda essa qualidade, a força do time está na defesa, formada por unanimidades mundiais no setor, como Thiago Silva, David Luiz, Daniel Alves e Marcelo. A falta de experiência pode pesar contra, mas o excesso de vontade certamente será a principal arma desse time. Felipão conseguiu dar à Seleção Brasileira o que faltava: conjunto. Com essa conquista aliada à imensa qualidade técnica dos jogadores em todos os setores do campo, o Brasil tem a credencial de favorita ao Hexa.
DESTAQUE: Neymar Jr
NÍVEL: *****




MÉXICO - Sempre chato. Vestiu a camisa verde com uma torcida de sombreiros, é time chato. A seleção mexicana nunca foi favorita em nada que disputou, mas sempre é um time aguerrido e de razoável qualidade. Dessa vez não é diferente. Tem suas limitações, mas possui a tradicional característica da força de vontade. A fase não é boa, mas o time é recheado de jogadores experientes que, com a força de alguns destaques jovens (como Gio dos Santos e Chicharito), pode surpreender. A torcida mexicana estará em peso no Brasil e também contará a favor.
DESTAQUE: Chicharito Hernández
NÍVEL: ***



CROÁCIA - Bom time. Possui um meio de campo muito forte e qualificado, com nomes como Modric e Rakitik. O ataque tem boas opções, como o destaque europeu Mandzukic. O setor defensivo conta com jogadores bastante experientes, como Srna e Pletikosa. É um time entrosado, de conjunto forte e que tem tudo para avançar. Travará disputa com o México pela segunda vaga. Acredito mais no time latino, mas a seleção croata é mais forte.
DESTAQUE: Luka Modric
NÍVEL: ***



CAMARÕES - É um time com bons valores individuais, como Eto'o e Song, mas um conjunto sofrível. Os problemas de relacionamento do elenco contribuem para essa realidade. Se a comissão técnica não arrumar a casa, a seleção camaronesa vem para o Brasil somente aproveitar o belíssimo litoral capixaba.
DESTAQUE: Samuel Eto'o
NÍVEL: *



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ESPANHA - Favorito a decepcionar. Está em um grupo muito difícil e, se não encontrar um novo jeito de jogar, pode ficar muito cedo pelo caminho. O "tic-tac" responsável por oferecer grandes e inéditas alegrias ao torcedor espanhol já foi manjado. Isso ficou provado com as lavadas que o Barcelona e o Bayern de Munique vem levando recentemente, toda vez que enfrentam um time forte de marcação-pressão. A própria seleção espanhola passou por isso na final da Copa das Confederações de 2013, quando levou uma taca verde e amarela. Os problemas não param por aí. As dificuldades de relacionamento no grupo já vem se tornando insuportáveis há algum tempo. A rivalidade Real-Barça não tem conseguido se manter fora do ambiente da Fúria (é, nada de La Roja), o que tem prejudicado o entrosamento e, pior, minado a motivação do time. O fato de já ter ganho tudo que tinha para ganhar nos últimos anos também colabora com essa situação. Todavia, não deixa de ser um time muito forte, com qualidades que são até dispensáveis de comentário. Um toque de bola único, jogadores extremamente qualificados, como a dupla mais afinada do futebol mundial, Xavi e Iniesta, entre outros destaques individuais. Del Bosque, afinando novamente a orquestra espanhola, pode e deve ir longe.
DESTAQUE: Andrés Iniesta
NÍVEL: *****



HOLANDA - A fase é boa, a confiança está em alta e o time é tradicional. Entretanto, a laranja de hoje é menos potente do que a laranja vice-campeã mundial de quatro anos atrás. Alguns jogadores importantes caíram de produção, como Sneijder e Kuyt. Ainda existe o desfalque do experiente meia Van Der Vaart. Porém, a seleção holandesa ainda pode contar com um time qualificado e com grandes nomes, como Robben e Van Persie. O Calcanhar de Aquiles é a defesa. Completamente formada por jogadores inexperientes, o setor é uma incógnita e terá de provar do que é capaz.
DESTAQUE: Arjen Robben
NÍVEL: ***



CHILE - Ótimo time. Muito bem definido taticamente e entrosado. É uma das melhores seleções da história do país. Pode surpreender e chegar longe. Mas para tudo isso se confirmar, terá de mostrar o seu valor. Não começou com tanta sorte, caiu em um grupo extremamente complicado. Porém, se conseguir beliscar uma vaga na segunda fase, pode engatar e chegar além do que o mundo espera. A grande presença da torcida deve ajudar. É uma forte candidata a surpresa da Copa, uma das três favoritas ocultas - junto com Colômbia e Bélgica. A defesa não compromete e tem mostrado competência. O meio de campo conta com nomes de peso, como os talentosos Valdívia, Isla e Aránguiz. O destaque do time está no ataque, Alexis Sánchez é um grande jogador e se engrandece atuando pela seleção chilena. É a maior esperança do time. A preocupação fica por conta da condição física do destaque europeu, Arturo Vidal, que ainda se recupera de séria lesão.
DESTAQUE: Alexis Sánchez
NÍVEL: ****



AUSTRÁLIA - Candidatíssima a última colocação geral. Conta com alguns bons valores individuais, como o eficiente atacante Tim Cahil, além dos experientes meias Bresciano e Jedinak. Coletivamente, deve muito. É um time fraco e deve sofrer em um dos grupos mais fortes da Copa.
DESTAQUE: Tim Cahil
NÍVEL: *



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COLÔMBIA - Timaço. Depois de tantos anos, a Colômbia volta a ter uma equipe de qualidade. José Pékerman conseguiu montar um belíssimo time. Possui jogadores de ponta em todas as posições. A defesa é muito forte e experiente, contando com nomes importantes, como Yepes, Zapata, Zuniga, Armero e Ospina. O meio de campo é sólido, com bom poder de marcação. O setor ofensivo mostra criatividade, muita velocidade e potência. Mesmo com a ausência da principal estrela do time, Falcão Garcia, a Colômbia ainda conta com jogadores que podem fazer a diferença. James Rodríguez é o homem da criação, jogador jovem e habilidoso, pode liderar o setor do time colombiano. Ao seu lado, jogadores de muita qualidade, como o veloz Cuadrado e o atacante Jackson Martínez. Está em um grupo equilibrado, mas deve passar à segunda fase e surpreender à partir daí.
DESTAQUE: James Rodríguez
NÍVEL: ****



COSTA DO MARFIM - Melhor seleção africana da Copa. Possui jogadores de destaque mundial, como Drogba e Yaya Toure. Não para por aí, o time todo é muito experiente e possui bons jogadores em quase todos os setores. Na defesa, muita força física e experiência, com jogadores como Zokora. No meio, marcação forte com Tioté e qualidade técnica com Yaya Toure. No setor ofensivo, a principal força dessa equipe. Com ótimos jogadores de sobra, a seleção marfinense está bem servida com jogadores como: o craque Drogba, o habilidoso atacante Gervinho, o artilheiro Bony e o experiente Kalou. Se o time conseguir se fortalecer como conjunto e contar com a inspiração de seus melhores jogadores, pode surpreender. Deve avançar à segunda fase.
DESTAQUE: Yaya Toure
NÍVEL: ***



JAPÃO - Como é de tradição, muita dedicação tática. A seleção japonesa vem melhorando a cada Copa e, num futuro próximo, pode estar brigando mais a frente - mesmo conceito tenho da equipe dos EUA. Por enquanto, é um time rápido, bem entrosado e que conta com jogadores de muita qualidade, como Honda e Kagawa. No entanto, faltam mais jogadores desse mesmo nível e o time acaba ficando desequilibrado. Se os jogadores mais talentosos da equipe conseguirem fazer a diferença, o Japão brigará por uma vaga nas Oitavas.
DESTAQUE: Keisuke Honda
NÍVEL: **



GRÉCIA - Um dos times europeus mais fracos na Copa, junto à Bósnia. A força da equipe está na consistência defensiva e na experiência da equipe. Porém, é muito limitada tecnicamente e dificilmente conseguirá algo além de um terceiro lugar no grupo, o que já seria digno de comemoração. Faltam talentos individuais com capacidade para decidir jogos e servir como referência ao time.
DESTAQUE: Georgios Samaras
NÍVEL: **



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URUGUAI - Time muito forte, ainda com a geração que resgatou a Celeste e colocou-a novamente no patamar das potências mundiais. Atual semifinalista, ainda possui uma boa equipe, no mesmo patamar da última Copa, mas agora com mais confiança e com mais experiência de seus jogadores. Joga com a velha conhecida disposição, dando firmeza ao setor de marcação. No ataque há a mesma disposição, e com muita qualidade técnica. O melhor jogador do último Mundial, Diego Forlán, faz parceria com um destaque internacional, Edinson Cavani, e com um dos melhores jogadores do mundo na atualidade: a estrela uruguaia Luis Suárez. Desconsiderando a campanha ruim nas Eliminatórias, o trabalho do atual comandante, Óscar Tabarez, vem rendendo resultado desde 2010, quando foi a melhor equipe sulamericana na Copa da África do Sul. No ano seguinte, o título da Copa América. É um grupo entrosado, com qualidade e bem definido. É cabeça de chave do grupo considerado o mais difícil do mundial, ineditamente com três campeões mundiais. Porém, se conseguir a classificação, pode e deve chegar longe.
DESTAQUE: Luis Suárez
NÍVEL: ****



INGLATERRA - Como sempre, a seleção inglesa chega com um ótimo time. Com jogadores experientes e de muita qualidade, como Gerrard e Lampard, liderando uma nova geração de jogadores de muita técnica que começam a se destacar no futebol europeu, como Sturridge, Sterling e Welbeck. Assim, a Inglaterra vem com um grupo que alia muito bem experiência à inovação. O ponto fraco é a defesa, que têm demonstrado insegurança e inconsistência em suas últimas atuações. No ataque, os jovens talentos já citados se juntam a um dos melhores atacantes do mundo, Wayne Rooney, que vem ao Brasil em busca de sua primeira boa campanha em Copas.
DESTAQUE: Wayne Rooney
NÍVEL: ****



ITÁLIA - Mais uma forte candidata a decepção. Um time que possui bons valores individuais, mas que não se encontrou ainda como um grupo. Isso ficou nítido na Copa das Confederações de 2013 e nas últimas atuações de lá para cá. É um time de muita qualidade técnica, com uma defesa sólida (das melhores do mundo), um meio de campo orquestrado pelo craque Pirlo e um ataque que conta com a força de Balotelli, um dos melhores centroavantes da nova geração. Entretanto, a Itália tem algumas deficiências vitais, como a falta de velocidade. Não possui boas opções ofensivas, é totalmente dependente da criatividade de Pirlo e da inspiração de Balotelli. O elenco é limitado e precisa se renovar. Nesta Copa, dificilmente irá longe (se passar da primeira fase).
DESTAQUE: Mario Balotelli
NÍVEL: ***



COSTA RICA - Não é a seleção mais fraca da Copa, mas é a principal candidata a saco de pancada. Está em um grupo dificílimo, com três campeões mundiais e somente um milagre possibilitará a conquista de um mínimo ponto. Durante as eliminatórias mostrou bom entrosamento e boa posse de bola, quase sempre dominando os jogos. É bem definido taticamente. Conta com dois talentosos jogadores no setor ofensivo, o meia inteligente Bryan Ruiz e o habilidoso atacante Joel Campbell.
DESTAQUE: Bryan Ruiz
NÍVEL: *



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FRANÇA - Chega sem muita confiança. Sofreu na campanha das Eliminatórias e conseguiu a classificação somente na repescagem, após um milagre no jogo decisivo. Não caio nesse conto. Desempenho em Eliminatórias e Amistosos não podem servir de parâmetro. O time francês é muito bom. Passou por alguns ajustes depois do sofrimento da repescagem e parece ter se encontrado. Com uma nova geração de muita qualidade, possui excelentes jogadores em todos os setores. A defesa, apesar de jovem, mostra segurança aliando consistência à velocidade. O meio de campo também conta com jovens valores, como Matuidi e Pogba, além da velocidade de Valbuena. O ataque é comandado por Karim Benzema, um dos melhores atacantes da atualidade. Pouco antes da Copa, mais uma dificuldade a ser superada: a ausência do principal jogador do time, Ribéry. Todavia, é um time a ser respeitado: rápido, consistente e forte. Entra no segundo escalão de favoritos ao lado de Inglaterra, Portugal, Bélgica, Uruguai, Colômbia e Chile.
DESTAQUE: Karim Benzema
NÍVEL: ****



SUIÇA - Pode surpreender. Tem um time bem definido taticamente e possui bons valores individuais. O setor defensivo é a maior força da equipe, bastante consistente, dificilmente é vazada. O meio de campo mostra segurança com o capitão Inler e o volante Behrami. Mais à frente a Suiça tem o diferencial técnico de Xhaka e Shaqiri. Tem tudo para passar de fase e pode pensar em surpreender à partir das Oitavas.

DESTAQUE: Xherdan Shaqiri
NÍVEL: ***



EQUADOR - Time dedicado e com muita resistência. O aspecto físico é a principal força desse time. Tem uma equipe experiente, com jogadores bastante rodados e conhecidos internacionalmente, como Walter Ayoví e Antonio Valencia. Na base da raça, da força física e da velocidade dos pontas Caicedo e Montero, tentará ser a surpresa do grupo.

DESTAQUE: Antonio Valencia
NÍVEL: **



HONDURAS - É uma equipe de muita disposição na marcação, mas padece de falta de criatividade. Seu melhor jogador é o experiente meia Wilson Palacios, é o cérebro da equipe, sabe fazer a leitura do jogo e distribuir a bola, mas é o único com tais características e ainda tem de dividir a tarefa de organizar o setor ofensivo com a responsabilidade de marcar. O time também dispõe de muita força física. Terá de superar as limitações técnicas se quiser algo além da última colocação do grupo. O jogo aéreo é uma das alternativas a serem exploradas.

DESTAQUE: Wilson Palacios
NÍVEL: *



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ARGENTINA - Mais uma vez chega no pelotão das principais candidatas. Terá de mostrar consistência tática para confirmar tal expectativa, afinal talentos individuais sobram, literalmente sobram, a ponto de um dos melhores atacantes da atualidade - Carlitos Tevez - ficar de fora do selecionado. Como a Seleção Canarinho em 2006, a Argentina tem seu quarteto mágico - Messi, Aguero, Di Maria e Higuain - que tem todo o potencial para destruir qualquer zaga do mundo. O Calcanhar de Aquiles do time, como de costume, é o setor defensivo, que não passa segurança alguma. Vale ressaltar que, além do grupo considerado fácil, o caminho da Argentina na segunda fase também pode não ser muito complicado, com possibilidades grandes de não enfrentar nenhum campeão mundial até a final. Resumindo, tem tudo para chegar à final.
DESTAQUE: Lionel Messi
NÍVEL: *****



NIGÉRIA - Possui bons valores individuais, como o distribuidor Mikel, os ágeis pontas Moses e Musa, e o guerreiro atacante Emenike. Na zaga, muita experiência, com o gigante Yobo e o excelente goleiro Enyeama. Encaixando taticamente, tem grandes possibilidades de avançar à segunda fase e beliscar algum resultado positivo mais à frente.

DESTAQUE: Obi Mikel
NÍVEL: **



BÓSNIA-HERZEGOVINA - A única seleção estreante no Brasil tem como objetivo avançar à segunda fase. É um time limitado, com alguns bons jogadores como o meia Pjanic e o artilheiro Dzeko. A experiência de Lulic e Spahic também são forças da equipe. É bem entrosada e definida taticamente, mas a limitação técnica do time, extremamente dependente dos jogadores citados pode sobrecarrega-los e não ser suficiente em uma competição de nível tão elevado como a Copa do Mundo, muito diferente do frágil grupo que venceu nas Eliminatórias.

DESTAQUE: Edin Dzeko
NÍVEL: **



IRÃ - Tem enfrentado problemas extracampo, como falta de condições financeiras para a preparação e treinamentos. Para um time naturalmente bastante limitado, é ainda mais grave. Deve atrapalhar. A equipe em si conta com o talento do atacante Reza Ghoochannejhad e muita disposição defensiva.

DESTAQUE: Reza Ghoochannejhad
NÍVEL: *



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ALEMANHA - Melhor time da Copa. Em crescente desde 2006, a seleção alemã só veio se aprimorando de lá para cá. Aquela geração ganhou experiência e, agora, se junta a uma nova geração de muito talento. No último Mundial foi a seleção que melhor jogou, os jovens talentos corresponderam às expectativas e impressionaram o mundo. A tendência natural é de que agora, mais fortes e experientes, a equipe jogue ainda melhor. Nesse caminho, mais jovens valores foram agregados ao grupo, casos de Kroos, Gotze, Reus e Schurrle. É bem definida taticamente, o time é completamente lúcido daquilo que tem de ser feito em campo. Já tem o entrosamento ideal. Bons jogadores em todos os setores e jogadores que podem fazer a diferença em um jogo e em uma Copa, como Muller, Ozil, Neuer e Schweinsteiger.
DESTAQUE: Thomas Muller
NÍVEL: *****



PORTUGAL - Parece ainda não ter se encontrado. Em quatro anos para montar a equipe, Paulo Bento parece não ter montado um time redondinho. Possui bons valores individuais em todos os setores, mas não encaixou como conjunto. Encaixando, tem tudo para desenvolver um bom papel na Copa, mas pelo que mostrou na jornada até aqui, perigas não passar da primeira fase. É uma seleção experiente e conta com o melhor jogador do mundo atualmente, capaz de decidir um jogo e fazer a diferença em uma Copa, Cristiano Ronaldo.
DESTAQUE: Cristiano Ronaldo
NÍVEL: ***



GANA - Ótimo time. Um dos melhores times africanos da Copa. Consegue aliar força física a qualidade técnica. Talvez não seja o time africano mais talentoso, mas é o mais completo. Entrosamento afinado e que vem crescendo desde 2010, quando teve um desempenho histórico no primeiro Mundial da África. A seleção ganesa é muito experiente. Possui bons jogadores em quase todos os setores. Consistência defensiva, meio de campo seguro e um ataque com potencial. Possui força com Muntari, qualidade no passe com Essien, habilidade e velocidade com Atsu, Boateng e os irmãos Ayew e poder de finalização com o artilheiro-guerreiro Gyan Asamoah.

DESTAQUE: Prince Boateng
NÍVEL: ***



ESTADOS UNIDOS - Mais um time que vem em crescente. O maestro Klismann organizou a equipe e deu consistência tática ao time americano. Muito melhor disposto em campo e mais consciente de seu jogo, a seleção americana ganhou condições de desenvolver seus potenciais técnicos, com jogadores como Dempsey e Altidore, que possuem qualidade e poder de definição. Faltam algumas peças importantes, principalmente no setor de criação. É um time limitado tecnicamente, mas que já avançou muito nesse quesito e já pode enfrentar grandes potências sem medo. Está em um grupo muito difícil, joga sem pressão e isso pode favorecer, mas dificilmente passará à segunda fase.

DESTAQUE: Clint Dempsey
NÍVEL: **



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BÉLGICA - Mais um favorito ao título que chega ao Brasil sem estardalhaço. Time muito forte, equilibrado taticamente, com bons jogadores em todos os setores. A equipe está entrosada e vem em boa fase após campanha fantástica nas Eliminatórias. Mostrou consistência tática, com uma defesa sólida, de ótimos jogadores, com um zagueiro entre os melhores do mundo, Kompany, além do experiente Van Buyten e do seguro Vertonghen. O meio de campo tem equilíbrio e qualidade técnica, comandado pela dupla de confiança, Fellaini e Witsel. No setor ofensivo não faltam jogadores que podem desequilibrar, como o craque habilidoso Hazard, o centroavante jovem e talentoso Lukaku, além de outras boas opções de muita movimentação, como Mirallas, De Bruyne e Mertens. Muito se espera dessa nova geração e, teoricamente, é muito forte. A falta de experiência pode atrapalhar nos momentos de dificuldade, mas essa Copa é a oportunidade que esse grupo tem para mostrar do que é capaz. O grupo não é dos mais difíceis, mas todas as seleções são complicadas de enfrentar. Todavia, deve passar para a segunda fase. Chegando lá, com foco e confiança, pode ir muito longe.
DESTAQUE: Eden Hazard
NÍVEL: ****



RÚSSIA - Time muito organizado. Possui qualidade técnica para dominar jogos com boa posse de bola. A seleção é equilibrada, com alguns jovens valores, como Kokorin e Dzagoev, e jogadores de experiência, como Denisov e Zhirkov. Com a batuta, o craque do time: Fabio Capello. Ele organizou a equipe segundo suas já conhecidas convicções, o certo é que elas dão resultado. Graças a ele a Rússia chega forte, organizada e coesa depois de tanto tempo de inércia no futebol. Tem tudo para avançar à próxima fase, mas não deve ir muito além das Oitavas, se passar.

DESTAQUE: Aleksandr Kokorin
NÍVEL: ***



ARGÉLIA - Mais um bom time africano. A seleção argelina vem com um conjunto bem definido, entrosado. Dentre as equipes da África, possui as características mais diferenciadas, um estilo de jogo mais leve e de movimentação. Conta com bons valores individuais no setor ofensivo, como o habilidoso Feghouli, o meia Brahimi e o artilheiro Slimani. Na defesa, jogadores experientes, como o capitão Bougherra. Pode avançar à segunda fase, mas dificilmente irá muito longe.

DESTAQUE: Sofiane Feghouli
NÍVEL: **



CORÉIA DO SUL - Corre muito. É o time mais dedicado e obediente taticamente da Copa. Parecem não desistir do objetivo e manter sempre o foco. Qualidades que, se aliadas à qualidade técnica, formariam um time quase imbatível. Todavia, não é o que acontece. O time coreano é bastante limitado tecnicamente e acaba sofrendo com falta de criatividade na armação das jogadas, falta até mesmo malícia durante o jogo. A inexperiência pode atrapalhar. O time não vem em boa fase, mas conta com um time disposto e focado, com alguns bons valores, como o atacante polivalente Son Heung Min.

DESTAQUE: Son Heung Min
NÍVEL: **

#VaiTerCopa



'“A cidade vive, hoje, um grande dia com a abertura do campeonato do mundo, o primeiro que se realiza no Brasil. Jamais um acontecimento esportivo, nem mesmo o certame de 38, conseguiu despertar, seja na cidade, seja em todo o território nacional, um interesse tão profundo, tão absorvente, que se irradiasse através de todas as classes sociais. Pode-se dizer que, de ponta a ponta do Brasil, o assunto exclusivo é o campeonato do mundo.” 
O GLOBO, primeira página, 24/6/1950

Em 1950, aparentemente, não tinha isso de "#nãovaitercopa". Éramos 52 eufóricos milhões, absolutamente certos da vitória consagradora. Não havia português de gel no cabelo. Portugal não veio pra Copa. Argentino driblador infernal? Também não. A Espanha veio – e recebeu uma surra. O Uruguai? Bom, também veio...

A segunda Copa do Brasil, a Copa das Copas, prometeu muito. Não cumpriu tanto. Trens-bala ficaram no papel. Estádios custaram meio caro. Mas, bom, o mundo chegou, a Copa está aqui – e pelo visto começa hoje – no prontíssimo e moderníssimo estádio do Corinthians. Errr... tá bom, quase prontíssimo. Que importa? O Maracanã de 1950 ficou pronto em 1963. Vamos torcer? Vamos ganhar? Vamos lembrar primeiro.

football nos trouxe algo em que podíamos competir lá fora, no qual nos sentíamos subitamente importantes – e diferentes. E... únicos. Algo que nos fazia sentir... brasileiros. Não pretos. Não índios. Não brancos, amarelos ou azuis. Não apenas paulistas ou cariocas ou mineiros ou gaúchos ou baianos. Ou manauaras ou capixabas. Algo... mais.

A multidão identificava ali esse exótico sentimento de brasilidade – o jeitinho, o improviso. A Copa de 1938 trouxe isso, personalizada no homem-borracha Leônidas da Silva. Os jogadores voltaram da Europa de navio e foram recebidos por uma multidão eufórica no Rio de Janeiro. Uma multidão que celebrava... o terceiro lugar no Mundial.

Replaaaaay para a frase:
Que celebrava o TERCEIRO lugar!

Essa vitória em forma de derrota espalhou o feitiço. Foi a primeira vez em que a taça do mundo frequentou a primeira página dos jornais. E pela primeira vez o país escutou o mundial pelo rádio – e imaginou a Copa. Sofreu com a Copa. E reclamou do juiz. A derrota honrosa criou uma sensação de que nós podíamos. De que nós éramos capazes. E plantou o que viria a seguir.

Na Copa de 50, a mídia e a população já citavam a Seleção Brasileira como a campeã do mundo, antes mesmo de disputar a fatídica final. Era tempo da mais descontrolada euforia:

“Arrancada para o título supremo”
Manchete do Jornal dos Sports – 13/07/1950

“Viva o Brasil, campeão do mundo” 
Rádio Continental no dia 13/7/1950

“Estes são os campeões do mundo”
Jornal O Mundo, 15/7/1950

No dia 16 de julho de 1950, o título supremo não veio. Veio a derrota suprema. O Maracanaço... o soco continental no fígado.


A derrota em forma de derrota abriu o apetite. E a fome – que fome – sobreveio. Vieram Pelé, Mané, Didi, Gérson... e Rivelino e Tostão e Romário e Jairzinho e Ronaldo... e tantos outros. Cinco títulos depois, cá estamos, oscilando entre eufóricos e pessimistas, vira-latas ganindo e pachecos exalando.


Sessenta e quatro anos depois, eis o Brasil diante do espelho – de novo. O Brasil vivendo uma Copa em casa. É apenas um jogo. Mas o que faz um país inteiro discutir um jogo? Parar para assistir 90 minutos, se vestir de amarelo, discutir, gemer, gritar, berrar?


O que faz a militante torturada no calabouço torcer pelo Brasil? O que faz presos e carcereiros comemorarem juntos? Que maluquice é essa capaz de unir tucanos e petistas, corintianos, são-paulinos, palmeirenses, santistas, rubro-negros, vascaínos, tricolores, botafoguenses, gremistas, colorados, cruzeirenses e atleticanos, baianos, cearenses,? Capaz de interromper assaltos, irmanar bandido e polícia, amigar juízes e réus, produzir resenhas entre intelectuais e antas de carteirinha? Que feitiço é esse capaz de hipnotizar quase 200 milhões de sujeitos em torno de uma camisa?


Você já se perguntou por que é capaz de se emocionar com futebol? Por que fica alegre quando um daqueles valetes chuta uma bola de couro sintético dentro de uma rede embaixo de traves? Você já se perguntou por que o brasileiro é o único sujeito que exige couvert artístico de seus 11 apóstolos? Por que para a seleção não basta ganhar – é necessário encantar?


Hoje, 12 de junho de 2014, todos os dedos indicadores do mundo apontam para o Brasil. Do balcão de boteco à mesa redonda, um ligeiro favoritismo se ensaia e um pachequismo surdo começa a se insinuar.


É meio singelo dizer isso – e talvez o torcedor não queira ouvir. Mas... o resultado importa menos. Tudo aquilo que foi prometido – e cumprido ou descumprido – importa menos. A jornada importa mais. Receber o mundo, e viver essa experiência, importa mais. É uma oportunidade única e fantástica. Ver camisas e bandeiras de cores distintas, povos diferentes, na sua rua, na sua cidade – é algo que dificilmente você viverá de novo nesta vida.


A Copa está aqui, perto da gente, pegando táxi, pintando na rua, colorindo avenidas com milhares de torcedores que vem escrever suas histórias.


A Copa das Copas – no fundo – é a Copa que viveremos – e contaremos para filhos e netos proverbiais – e lembraremos: um dia vi Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, vi Neymar, que era um garoto – e vi aquele jogo sensacional que o país tal perdeu depois de um lance inacreditável. Eu vi o erro de arbitragem inesquecível e o golaço que fez história. Eu vi bósnios e croatas se abraçando, nigerianos e argentinos gritando, o iraniano beijando a americana na noite. Eu vi o italiano suando em Manaus e o português fazendo rir em Salvador. Eu vi o alemão rolando na praia e o uruguaio perdido na Paulista. Eu vi argentinos gozando brasileiros que gozavam argentinos que gozavam brasileiros. Eu vi os ingleses branquelos na praia e atropelei um holandês com kite surf.


Ah, tem a Fifa, claro, e os cartolas... mas eles estão nos gabinetes com champanha, ar-condicionado e limusines. A Copa de verdade acontece aqui fora – no trem, na arquibancada, na rua, na praia, na mesa do bar.


Enfim..., vai ter Copa. Começa hoje. E combinemos que proibido é proibir. Quem quiser protestar – proteste. Quem quiser torcer – torça. Quem quiser aparecer – é tempo de melancismo encefálico – que apareça. Quem quiser ir ao cinema ver filme vietnamita – por favor vá. Quem quiser bater nos outros – que veja o sol nascer quadrado.


Consta que está liberado esse negócio de gritar Brasil. De cantar. De torcer. Se emocionar. Chorar. Sorrir. Consta que é permitido até ganhar... que venha a Taça do Mundo!



(Gustavo Poli)

Nossas Arenas

Os estádios que sediarão a Copa do Mundo 2014:


MARACANÃ
RIO DE JANEIRO
75 mil



ARENA CORINTHIANS
SÃO PAULO
65 mil




ESTÁDIO NACIONAL
BRASÍLIA
70 mil




MINEIRÃO
BELO HORIZONTE
60 mil




CASTELÃO
FORTALEZA
60 mil




FONTE NOVA
SALVADOR
55 mil




ARENA PERNAMBUCO
RECIFE
45 mil




BEIRA-RIO
PORTO ALEGRE
50 mil




ARENA DA AMAZÔNIA
MANAUS
40 mil

File:Arena Amazônia.jpg


ARENA DAS DUNAS
NATAL
40 mil

Getty Images


ARENA PANTANAL
CUIABÁ
40 mil




ARENA DA BAIXADA
CURITIBA
40 mil