terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cadê?

Acho que a "Dilma do discurso" - a quem me referia no último post - já morreu: http://oglobo.globo.com/brasil/dilma-defende-pacote-de-ajuste-fiscal-medidas-impopulares-15168678

Tudo o que ela acusava seus adversários políticos durante a campanha, está tendo que fazer. Sem contar as nomeações de Ministros como Levy e Kassab.

É incrível como é fácil virar as costas para quem a colocou no posto em que está. Seria bom se ela lembrasse de quem a elegeu: movimentos sociais, militância de esquerda e sindicatos, sobretudo.

Reeleita

Eu vi a militância vencer as eleições. Eu vi uma massa imatura decidir nas urnas. Eu vi, mais uma vez, a mentira prevalecer.

Aécio não teve meu voto. Quanto menos a Dilma. Votar nulo não é a melhor opção para quem quer ver seu País evoluir, mas essas eleições me forçaram a isso. E, na democracia, deixar de optar também é uma opção. Tenho convicção de que o Brasil que eu quero não converge com a visão de País de nenhum dos dois candidatos.

O discurso de Dilma após o resultado das urnas prova que ela sabe muito bem das demandas do seu Governo, sobretudo quanto a reforma política. A Dilma do discurso teria meu voto desde o primeiro dia. Mas estou convicto de que a Dilma da campanha e a Dilma que governa são outras pessoas...

O que me resta é desejar sorte e luz. Que sejam 4 anos de "Dilma do discurso".



Opinião Pró-Dilma

Artigo opinativo Massacre Midiático, de Guilherme Boulos.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/guilhermeboulos/2014/10/1533264-massacre-midiatico.shtml

Opinião Pró-Aécio

Artigo opinativo Por Que Voto em Aécio, de Marcelo Madureira.

http://www.casseta.com.br/madureira/2014/09/03/por-que-voto-em-aecio-neves/

Seu Voto

Uma opinião sensata em meio à insanidade eleitoral.

Artigo Declaração de Voto de Reinaldo Azevedo.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldoazevedo/2014/10/1533844-declaracao-de-voto.shtml

Velha Política

A esperança perdeu.

O que vi nessas eleições, mais uma vez, foi o enfraquecimento do debate social. O fato das discussões políticas terem entrado na moda e ganhado as mais diversas rodinhas de bate-papo não garante a efetividade da democracia.

Venceram, mais uma vez, a polarização, o financiamento de campanha, os grandes grupos econômicos, o tempo de televisão, o marketing político, a difamação, a cara de pau...

Seja qual for o candidato eleito (Dilma ou Aécio), ainda estaremos rendidos à velha política, ao financiamento de campanha, aos grandes grupos econômicos, ao marketing político, à cara de pau...

A reforma política é realmente o maior desafio da sociedade brasileira, mas estou cada vez mais convicto de que somente um grande movimento popular será capaz de conquistá-la.


"Só compreendemos um sistema quando tentamos mudá-lo" KURT LEWIN.

As Campanhas até Aqui

As eleições de 2014 à Presidência da República mostram com clareza o atual cenário político brasileiro. Os candidatos de situação e oposição seguem a velha cartilha eleitoral, aquela que todo brasileiro já tem decorado: um ataca o presente, o outro ataca o passado. Quando saem disso, não vão muito além do previsível e do redundante. Por outro lado, o desejo de mudança tem levado um novo discurso à liderança nas pesquisas.

A candidata e Presidente Dilma Rousseff não se cansa de repetir as realizações do seu Governo e como conseguiu fazer para que os brasileiros pudessem viver em um país justo, equilibrado seguro e desenvolvido (oi?). Os questionamentos quanto ao porvir sempre são respondidos com vistas ao passado. Como se fosse dos melhores. Ocorre que ninguém parece estar interessado no que já tem...

... nem naquilo que já ouviu. Aécio Neves surge como mais um tucano chato e previsível. Os mesmos ataques, o mesmo discurso, a mesma política, zzzzzzz...

É comum no Brasil a política não falar a mesma língua da massa. Mas nessas eleições surgiu, enfim, um discurso diferente. Marina Silva tem se destacado pelas suas ideias, as únicas que realmente vão ao encontro do grito que está encravado na garganta da população. Seus discursos atendem a expectativa do povo, compreende suas necessidades e anseios. Parece a candidata mais próxima da realidade do País, não a “virtual” realidade da campanha petista. Ela muda o jeito de fazer política, muda a forma de explanar ideias, muda a maneira de utilizar a própria imagem e sai do lugar comum.

Marina é a única candidata que, mais do que anunciar mudança, de fato representa essa mudança. É a única candidata que parece ter escutado a voz das ruas. Única candidata que parece, de fato, viver no Brasil. Única candidata que parece querer fazer do Brasil um país melhor, não governar por luxo, vaidade ou poder. É a única candidata que conversa, que convence, que aponta o dedo na ferida e promete o “impossível”.

Parecer é importante, mas ser é fundamental. Aécio pode tentar, mas nunca transmitirá ares de juventude e inovação. Dilma pode continuar insistindo, mas jamais vai soar simpatia. Marina, notoriamente, não precisa recorrer aos velhos artifícios político-eleitoreiros para parecer digna e verdadeira. Ela não precisa de marketing, sorrisos amarelos, beijos em crianças e abraços em idosos, cara de dó para os pobres. Nada disso que está na cartilha.

Se dividíssemos a população entre aqueles que estão satisfeitos com a política e os insatisfeitos. Qual lado ficaria com mais gente? Muitos já perderam a esperança e desistiram da política... Outros votarão em Marina.

O Artigo das Eleições 2014

Isultos, Ideias e Adesões, de Contardo Calligaris para a Folha Online.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2014/10/1536406-insultos-ideias-e-adesoes.shtml

Ganhador do Prêmio Poloni de Melhor Artigo das Eleições 2014.

Sem mais.

Por que votar em Marina?

Ela não é "a melhor candidata", isso é realmente subjetivo e arbitrário. Nem a mais experiente ou a mais confiável. Eu voto em Marina Silva porquê ela representa aquilo que o Brasil mais almeja e precisa neste momento: mudança.

Seu discurso é o mais próximo da realidade brasileira. Não é o paraíso petista e nem o purgatório peessedebista. Ela se ausenta dos debates inócuos de seus adversários, que caçam acusações a todo custo para se bombardearem. Aécio ataca o "demônio Dilma", e Dilma rebate o "demônio Aécio".

Marina sabe reconhecer as virtudes das gestões anteriores e propôr novos avanços. Sua postura propositiva faz seus adversários parecerem dois tolos (de fato, o são). Ela representa a alternativa mais sensata à obsoleta política bipolar (PSDB e PT). O brasileiro já está cansado e desiludido com atual oligopólio. PT x PSDB já virou conto de sujo e mal lavado, seis por meia-dúzia. Até o mais leigo cidadão já se enojou de tal politicagem.

Os próprios coordenadores da campanha de Dilma identificaram o anseio da sociedade brasileira por mudança, e por mais contraditório que pareça, até incorporaram a palavra ao slogan da campanha: "Para o Brasil continuar mudando". Aécio, por outro lado, como era óbvio e previsível para um candidato de oposição, também se aproveitou do desejo de mudança do povo brasileiro. A cada duas palavras que profere em seus discursos, uma é "mudar". Inocentes, Dilma e Aécio mal sabem que, dessa forma, estão fazendo a melhor campanha possível para Marina. Sim, ambos têm razão: o Brasil precisa de mudança! Coisa que, de fato, eles não representam.

E por falar em slogans de campanha, a frase adotada pelo PSB é extremamente feliz: "Não Vamos Desistir do Brasil". Esse slogan, ao que parece, surgiu casualmente em entrevista concedida por Eduardo Campos ao JN, da Rede Globo, um dia antes de sua morte. A frase mais representativa das Eleições de 2014 é certeira, atinge a veia do sentimento coletivo do brasileiro: a insatisfação geral. Não somente é precisa, como consegue dar a resposta ideal ao problema. Uma miscelânea de esperança, fé, determinação e confiança. A frase deixa diversas entrelinhas: o Brasil tem solução! Pode melhorar! Vai mudar! Eu acredito! Confie em nós! Não vamos desistir do Brasil.

Como Marina, eu também enxergo um Brasil que nos últimos 20 anos avançou bastante, mas não o bastante. Reconheço a importância da política econômica eficiente do PSDB e a relevância da política social do PT. Todavia, nesse momento, o Brasil precisa ir além. É necessário reformar, modernizar, otimizar seus sistemas. É hora de mexer no vespeiro. Falo de reforma política e tributária. Falo de reestruturação do sistema de educação, de saúde, de segurança pública e de transportes. Falo de ideias inovadoras para o desenvolvimento socioeconômico. Falo de qualidade de vida.

Essas são as demandas mais urgentes do Brasil. Quem as atenderá? O PT que aí está há 12 anos e não o fez? O PSDB que passou ainda mais longe disso quando teve a oportunidade? Eles estão certos, é preciso mudar. Mudar as opções, mudar as discussões, mudar as ideias... mudar a forma de governança, inclusive. Menos partidarismo e mais nacionalismo. Menos interesses próprios e mais coletivos.

Marina é a candidata que une todos esses fatores. Se é possível mudar, se é possível desenvolver o Brasil, se é possível tornar o nosso país um lugar mais justo, seguro, moderno e estruturado, acredito que, nesse momento, ela seja a Presidente que melhor representa essa mudança. Por isso voto nela.

Ah, sim! Ela é Cristã, eu também. E isso não faz a menor diferença.

Panorama dos Candidatos

Eu não nego as conquistas dos últimos 12 anos (sob o governo do PT), É preciso que vejamos onde avançamos e onde não avançamos. Hoje temos uma população menos carente devido às políticas de distribuição de renda que vêm sendo realizadas desde a era Lula. Por mais deficitárias que estas políticas sejam, elas ajudaram a melhor radicalmente nosso Índice de Gini, antes um dos mais desiguais do planeta. Hoje nossa população tem muito mais acesso à educação, devido a programas como o ProUni, SiSu e Fies. O acesso à saúde básica também foi expandido com o SUS e o SAMU. Se eu pudesse voltar ao ano de 2002, votaria no Lula. Ele soube atender as principais demandas do País naquele momento. Todavia, os desafios que temos hoje são outros, os quais o governo do PT já mostrou não ser capaz de atender.

A mais reformista entre as candidatas é Luciana Genro, do PSOL. Todavia, não vejo o socialismo a solução de todos os problemas, como prega a candidata. Também tenho ressalvas às suas ideologias segregacionistas. E, infelizmente, creio que ela não conseguiria trazer à prática nada do que propõe antes de uma profunda reforma política.


O candidato Levy Fidélix, acredito eu, que ordenaria bem o Brasil, em termos de gestão, diga-se de passagem. Competentíssimo pensador macroeconômico. Entretanto, seus pensamentos, ainda mais segregacionistas, por si só já inviabilizam que ele assuma o posto de Presidente.

Everaldo tem a máxima do "Estado Mínimo". Seria um verdadeiro choque de gestão que, creio eu, até poderia solucionar o problema da eficiência dos serviços. Mas essa proposta traz consigo um bocado de efeitos colaterais. Acredito que para passar grande parte das responsabilidades sobre a coisa pública para o setor privado (interessado somente no lucro), o Estado precisaria ter uma legislação forte e ser um exímio fiscalizador; coisas que estão muuuuuuuito longe da nossa realidade. Anos-luz. Tão distante quanto as reivindicações da extrema esquerda e a representatividade da incógnita Eymael.

Pensando em um "mundo ideal", votaria 43 sem medo. Eduardo Jorge mostrou-se a grata surpresa dessas eleições. As ideias claras e a postura franca se destacam nos debates políticos e no cenário eleitoral de 2014. Há só um problema na sua candidatura: o povo brasileiro. Acredito que um eventual governo dele exigiria um nível de civilidade que a nossa população ainda não atingiu. É triste dizer isso, mas não sou hipócrita. Somente quando atingirmos um patamar civil mais elevado poderemos lidar com mais maturidade com a questão da legalização da maconha e discutir sem preconceitos questões como a do aborto. Um dia chegamos lá, Eduardo!

Restam as duas candidaturas de oposição com maior representatividade: Aécio Neves e Marina Silva. Os planos de governo e as ideias acerca das pautas principais do país são bastante similares. Ambos defendem melhoria no sistema político. Não chega a ser uma reforma, mas já é um passo a frente. Acredito, também, que o Brasil ganharia eficiência administrativa com qualquer um dos dois.

Comparando as ideias centrais sobre os principais temas, noto que há um equilíbrio. Aécio se sobressai nas áreas de saúde e segurança, com a proposta dos Centros Integrados de Saúde e com o remanejo de policiais em função administrativa. Marina, por sua vez, se destaca nas áreas de educação e transporte, propondo incisivamente as escolas de período integral e a tarifa zero para estudantes.

A maior diferença está na política de cada um. Aécio é "bom moço", tem boas relações com o mais alto escalão político brasileiro. Marina está na política (e há muito tempo), mas não é política. Seus discursos mostram claramente que o seu foco é o Brasil e não um partido político ou uma classe específica. Vejo nela a melhor representante da sociedade civil nessas eleições presidenciais.

Marina vai no ponto certeiro quando fala de política. Ela defende uma nova forma de fazer política, novas relações políticas e partidárias, coisa que o velho PSDB sequer tem moral para propôr. Nada contra o Aécio, mas sabe-se do sistema de coisas políticas no qual ele está inserido. Marina é a única que pode levar ao poder uma nova cultura, moralizar a política brasileira.


Para mim, fica claro que Aécio representa a melhoria da atual gestão; Marina, a mudança.

Por que votar no meu candidato?

É comum, no Brasil, que as pessoas escolham seu candidato por questão de favoritismo. Os partidos são como times de futebol e os políticos como os craques desses times. Os esteriótipos prevalecem sobre as ideias em si. É uma questão de identificação. Isso se dá em diversos aspectos: imagem, linguagem, expressão...

Mais raros, existem os ideologistas. Estes votam pela convicção que têm em uma determinada lógica de coisas. Há, ainda, aqueles que votam por intuição. Mais grave: muitos votam por interferências externas que nada têm a ver com o que realmente importa. São os cavaletes, faixas, bandeiras, jingles e militância cor-de-rosa valendo mais do que mil propostas.

Mas existe um critério correto para a escolha do voto?

Acredito que o mais coerente é votar de acordo com o panorama atual do País. É necessário identificar os principais desafios e demandas que o Brasil tem hoje. Visto isso, analisar as propostas que chegam mais próximo de resolver os problemas identificados no processo anterior.

Então, vamos pensar juntos...

O que o País mais precisa hoje? Primeiramente, a meu ver, o Brasil necessita de essenciais e profundas reformas. Sobretudo, a reforma política. Assim, já tenho a primeira dica do meu voto: um candidato reformista.

Que candidato propõe reforma política? A bem da verdade, nenhum. Quase lá estão os candidatos extremistas de esquerda. Ouvimos Marina e Aécio falando sobre o fim da reeleição. Sim, esta é uma proposta de melhoria do sistema político brasileiro, mas está longe de ser uma reforma.

Outra reforma fundamental é a tributária. Estabelecer novos métodos de tributação, que façam com que cada um contribua com a Receita da maneira mais justa. Um sistema onde os ricos e milionários contribuam mais, os pobres e a "classe média" menos. Simplificação e desburocratização para beneficiar os empreendedores. Transparência e justiça com o consumidor. Muito precisa ser feito nessa área. Eu não sei como a atual Presidente fala tanto em redução de desigualdades sociais enquanto avançamos tão pouco nesse sentido nos últimos anos.

Precisamos, também, de reformulações radicais nos sistemas de educação, saúde, segurança e transportes... a administração pública clama por eficiência.

Votarei em quem melhor enxergar todas essas demandas e tiver as propostas mais concretas nesse sentido. Alguém que proponha não só melhoria, mas mudança de fato.


#VOTECONSCIENTEBRASIL

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Corrupção

Acerca da corrupção.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/191582-eleicoes-tio-arthur-e-a-geladeira.shtml

Por Antonio Prata.

Cidades

Reflexão muito pertinente sobre o desenvolvimento sustentável nas cidades brasileiras.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/raquelrolnik/2014/08/1505350-seis-desafios-para-mudar-as-cidades.shtml

Por Raquel Rolnik.

Alemanha 7x1 Brasil

O time alemão é sete vezes melhor do que o brasileiro? Não. Mas também não foi um apagão.

É humilhante ter nossas limitações escancaradas perante o mundo todo, né? Esse jogo foi o retrato fiel do quão obsoleto somos. O país onde a Série A é decidida nos tribunais, a Série B tem jogo paralisado por superlotação de estádio, a Série C tem de cancelar jogos devido a falta de condições estruturais do campo de jogo.

A dívida dos clubes são equivalentes ao PIB de um país pequeno. Aqui a cartolagem manda e desmanda. A TV e a publicidade usurpam tudo o que podem. E o torcedor, pobre torcedor, não tem nada, não manda em nada e não pode fazer nada. O buraco desse 7x1 é muito mais embaixo.

Improviso 1 x 7 Planejamento...


O Brasil precisa muito mais do que um goleiro e um centroavante. O futebol brasileiro precisa de uma revolução. Esta, parte de três frentes:
 estruturação, organização e democratização do esporte. Objetivos muito mais complexos do que montar um esquadrão competente de 23 homens.

O V(H)EXAme da Seleção Brasileira

Analisando a parte estratégica do jogo, podemos concluir que perdemos da Alemanha porque eles são superiores a nós. Mas a goleada veio graças a um erro tático colossal da nossa comissão técnica.

Um desajuste meramente tático pode causar uma catástrofe. E essa Copa provou isso. Que o diga Portugal, Espanha...

Não é justo atribuir todo o fracasso do Brasil somente ao Felipão. Não devemos ficar procurando culpados, como sempre fazemos para justificar nossos insucessos. Na verdade o problema do futebol brasileiro é muito maior. Entretanto, também não se pode negar que nossa comissão técnica tornou-se mundialmente conhecida por ser retrógrada e obsoleta.

Duas cabeças outrora campeãs mundiais - Felipão e Parreira - não conseguiram fazer a leitura do jogo alemão. Prepotentes, descartaram as indicações do trabalho dos observadores - Gallo e Roque Jr. - que analisaram a seleção alemã durante a Copa e constataram a necessidade de fortalecer o meio-campo. O "bloco alemão" seria combatido por um "bloco brasileiro" em forma de cone, com apenas Hulk isolado na frente, Willian e Oscar logo atrás, e Paulinho, Luiz Gustavo e Fernandinho fechando o setor. Mas... que nada! Pra quê?! O negócio é colocar o genial Bernard nas costas de Howedes, com o fenômeno Fred na área. Lamentável.

Duro é assumir que eu confiei nessa comissão técnica. Abracei suas ideias, as utopias e a filosofia do trabalho. Odeio a teimosia do Felipão, mas ela nos levou ao título de 2002. Então resolvi confiar. Mas a mesma teimosia que nos levou ao Penta, nos levou à humilhação em 2014. 



Seis minutos não podem apagar 100 anos, mas podem manchar. O "Mineirazo", "Alemanhaço", "Apagaço", "Vergonhaço", ou seja lá como você prefere retratar o vexame monumental de 8 de julho, não vai destruir o que foi construído em 100 anos por nomes como Pelé, Garrincha, Didi, Rivelino, Gérson, Sócrates, Falcão, Zico, Romário, Rivaldo e Ronaldo. A mesma história que esses caras escreveram, os atuais 23 continuam escrevendo.

O "livro Seleção Brasileira" não foi queimado, mas acabou de ter o seu capítulo mais sombrio escrito. Esse 7x1 jamais será esquecido, é uma cicatriz eterna na história da Seleção. Podemos ganhar mais dez Copas, mas aquela marca continuará lá, em hipótese alguma será curada.



Vestir a amarelinha é o sonho de muitos, mas demanda responsabilidade extrema. Ela pode "consagrar" ou "profanar" um jogador para sempre. Se você sonha vestir essa camisa, saiba do risco que corre, do fardo que carrega. Por isso, Fred, me perdoa, mas o seu retrato acaba de entrar para a galeria mais negra da história da Seleção. A mesma galeria onde figuram alguns célebres desde Barbosa até Felipe Melo. Justa ou injustamente, quem veste a amarelinha não tem o direito de errar tão feio. Quem sabe essa cultura um dia mude...

Esse escrete de Neymar, Oscar, David Luiz e companhia ficará marcado eternamente como a geração do maior vexame da história do futebol brasileiro - esperando que coisa pior não venha, claro.

Como eu já assumi no início do texto, eu acreditei nesse time. Continuo acreditando... no potencial da maioria dos jogadores jovens desse time. Só não deu certo agora porque é uma Seleção muito jovem e pouco preparada.

Na próxima Copa a Seleção chegará experiente, com os protagonistas no auge da carreira (Neymar, Oscar, David Luiz, Luiz Gustavo, Marcelo, Paulinho, Willian e Bernard).

Outros talentos chegarão. Novos promissores já estão surgindo, como: Philipe Coutinho, Roberto Firmino, Fred, Marquinhos, Dória, Alex Telles, Allan, Lucas Silva e Gabriel. Bons jogadores que hoje estão nas categorias de base também devem surgir nos próximos quatro anos.

Velhos promissores podem desencantar e também estar na Rússia, casos de Lucas, Pato, Ganso, Rafael, Alex Sandro, Danilo, Sandro, Casemiro, Douglas Costa, Taison, Nem e Damião).

Precisamos de planejamento, projeto, organização e trabalho. Mesmo após essa derrota continuamos com um time qualificado e, agora, com uma dose dobrada de motivação. A mesma geração que entrou para a história como vexaminosa terá a chance de se tornar um símbolo de superação com o hexacampeonato em 2018.


Resta-nos esperar decisões mais acertadas por parte da CBF nessa nova etapa, a começar pelo comandante da equipe. Tite é o nome que desponta, sou favorável. Um cara que já provou tudo no futebol; inteligente; moderno; e que está se preparando para o desafio de comandar a Seleção. Está se planejando. Não atoa, planejamento é tudo que mais precisamos agora.

Desilusão

Justificar o injustificável? Sim, é necessário. Eu, como a maioria dos brasileiros, preferi acreditar que seríamos Hexa. Sabia que não éramos o melhor time, tinha consciência de tudo o que nos faltava para sermos um dos favoritos. Mas decidi acreditar. Uma Copa do Mundo em casa, talvez a única que eu verei em vida... não me dei outra opção. Considerei a ocasião especial demais para ser cético, preferi bancar o torcedor fiel.

Nada, além do hexa com um show de Neymar no Maraca em cima da Argentina de Messi, passou pela minha cabeça.

Acreditar. Essa também foi a estratégia da Seleção (idealizada por Felipão. Abraçada pelo grupo, comissão técnica e torcida), parecia genial. Acatei cegamente com o coração pulsando verde e amarelo firme e feliz. O brasileiro gosta de se sentir superior (isso também é uma forma de viralatismo) e não titubeou, como eu. Abraçou a ideia.

Essa estratégia, na verdade, foi um grande erro. A motivação se tornou um fardo. Até poderíamos ter vencido a Copa, tínhamos (pouca) chance. Mas deveríamos ter sido mais lúcidos, conscientes dos fatos, humildes... céticos.
Todos os jornalistas e torcedores do planeta tentam encontrar uma palavra para retratar esse fim. Eu fico com: DESILUSÃO.