terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Panorama dos Candidatos

Eu não nego as conquistas dos últimos 12 anos (sob o governo do PT), É preciso que vejamos onde avançamos e onde não avançamos. Hoje temos uma população menos carente devido às políticas de distribuição de renda que vêm sendo realizadas desde a era Lula. Por mais deficitárias que estas políticas sejam, elas ajudaram a melhor radicalmente nosso Índice de Gini, antes um dos mais desiguais do planeta. Hoje nossa população tem muito mais acesso à educação, devido a programas como o ProUni, SiSu e Fies. O acesso à saúde básica também foi expandido com o SUS e o SAMU. Se eu pudesse voltar ao ano de 2002, votaria no Lula. Ele soube atender as principais demandas do País naquele momento. Todavia, os desafios que temos hoje são outros, os quais o governo do PT já mostrou não ser capaz de atender.

A mais reformista entre as candidatas é Luciana Genro, do PSOL. Todavia, não vejo o socialismo a solução de todos os problemas, como prega a candidata. Também tenho ressalvas às suas ideologias segregacionistas. E, infelizmente, creio que ela não conseguiria trazer à prática nada do que propõe antes de uma profunda reforma política.


O candidato Levy Fidélix, acredito eu, que ordenaria bem o Brasil, em termos de gestão, diga-se de passagem. Competentíssimo pensador macroeconômico. Entretanto, seus pensamentos, ainda mais segregacionistas, por si só já inviabilizam que ele assuma o posto de Presidente.

Everaldo tem a máxima do "Estado Mínimo". Seria um verdadeiro choque de gestão que, creio eu, até poderia solucionar o problema da eficiência dos serviços. Mas essa proposta traz consigo um bocado de efeitos colaterais. Acredito que para passar grande parte das responsabilidades sobre a coisa pública para o setor privado (interessado somente no lucro), o Estado precisaria ter uma legislação forte e ser um exímio fiscalizador; coisas que estão muuuuuuuito longe da nossa realidade. Anos-luz. Tão distante quanto as reivindicações da extrema esquerda e a representatividade da incógnita Eymael.

Pensando em um "mundo ideal", votaria 43 sem medo. Eduardo Jorge mostrou-se a grata surpresa dessas eleições. As ideias claras e a postura franca se destacam nos debates políticos e no cenário eleitoral de 2014. Há só um problema na sua candidatura: o povo brasileiro. Acredito que um eventual governo dele exigiria um nível de civilidade que a nossa população ainda não atingiu. É triste dizer isso, mas não sou hipócrita. Somente quando atingirmos um patamar civil mais elevado poderemos lidar com mais maturidade com a questão da legalização da maconha e discutir sem preconceitos questões como a do aborto. Um dia chegamos lá, Eduardo!

Restam as duas candidaturas de oposição com maior representatividade: Aécio Neves e Marina Silva. Os planos de governo e as ideias acerca das pautas principais do país são bastante similares. Ambos defendem melhoria no sistema político. Não chega a ser uma reforma, mas já é um passo a frente. Acredito, também, que o Brasil ganharia eficiência administrativa com qualquer um dos dois.

Comparando as ideias centrais sobre os principais temas, noto que há um equilíbrio. Aécio se sobressai nas áreas de saúde e segurança, com a proposta dos Centros Integrados de Saúde e com o remanejo de policiais em função administrativa. Marina, por sua vez, se destaca nas áreas de educação e transporte, propondo incisivamente as escolas de período integral e a tarifa zero para estudantes.

A maior diferença está na política de cada um. Aécio é "bom moço", tem boas relações com o mais alto escalão político brasileiro. Marina está na política (e há muito tempo), mas não é política. Seus discursos mostram claramente que o seu foco é o Brasil e não um partido político ou uma classe específica. Vejo nela a melhor representante da sociedade civil nessas eleições presidenciais.

Marina vai no ponto certeiro quando fala de política. Ela defende uma nova forma de fazer política, novas relações políticas e partidárias, coisa que o velho PSDB sequer tem moral para propôr. Nada contra o Aécio, mas sabe-se do sistema de coisas políticas no qual ele está inserido. Marina é a única que pode levar ao poder uma nova cultura, moralizar a política brasileira.


Para mim, fica claro que Aécio representa a melhoria da atual gestão; Marina, a mudança.

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